A psicanalista Suely Mizumoto fez suas observações a partir das
condições de saúde e bem estar psicológico e social dos membros envolvidos na
pesquisa
Segundo
a pesquisadora, a comunidade religiosa, provedora de apoio emocional, material
e afetivo, pode também ser compreendida como uma comunidade terapêutica
para as condições psicológicas estressantes. Os adeptos podem encontrar em suas
comunidades suporte em momentos de fragilidade. No entanto, Suely diz que, “na
verdade, o aprendizado que essas religiões proporcionam podem ensinar seus
adeptos a ter um domínio maior quanto ao enfrentamento espiritual dessas
questões, diminuindo experiências mediúnicas traumatizantes”.
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Por: Umbanda Eu Curto / 30
julho, 2013
CATEGORIA EDUCAÇÃO
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| Imagem meramente ilustrativa |
Estudo
realizado no final de 2012 no Instituto de Psicologia da USP apresentou a
relação entre religiosidade e saúde ao analisar duas religiões
brasileiras: Santo Daime, que faz uso sacramental da bebida psicoativa
Ayahuasca, e a Umbanda, ambas com rituais fundamentados em práticas de estados
diferenciados de consciência, segundo a autora.
A
psicanalista Suely Mizumoto, em sua dissertação de mestrado Dissociação,
religiosidade e saúde: um estudo no Santo Daime e na Umbanda, fez diversas
constatações. Entre elas, que adeptos do Santo Daime e da Umbanda apresentaram diferenças
significativas quanto à redução da frequência de mudanças de humor e de
sentimentos contraditórios. As diferenças foram baseadas nas experiências
anteriores e posteriores à participação nos rituais de cada religião. Quando
comparados a um grupo controle, os adeptos mostraram ter maior equilíbrio de
humor e emoção.
A
psicóloga empregou um questionário que abordava o perfil social, a
religiosidade e a saúde, tanto física como mental, dos voluntários. “Os
resultados obtidos dos perfis sociais, saúde e religiosidade e das escalas
revelaram indicadores de bem estar que confirmam índices de saúde inteiramente
satisfatórios e até melhores quando comparados aos resultados do grupo
controle”, relata a pesquisadora.
Com o
tema de sua dissertação, Suely espera amenizar os preconceitos com as
religiões afro brasileiras. A Umbanda é um exemplo de religião que trabalha
exclusivamente na arte do ensino da prática mediúnica, não faz uso de
psicoativos, mas mesmo assim pode não ser bem interpretada. “Não havendo nocividade
nestas práticas, a relação entre religião e saúde, mais bem esclarecida por
esta pesquisa, pode ajudar a desconstruir muito do senso comum que envolve a
religiosidade no País”, disse.
