ESPIRITISMO: O SUJEITO E SEUS DESEJOS - PARTE 01

O mundo concorre para o desequilíbrio das emoções substanciais dos indivíduos, quando o afastamento do homem de suas responsabilidades morais e de ligação ao plano do supremo pai se encontra em desgaste.
Um dos motivos que incorre nesse processo com certeza está ligado ao apego das estruturas vibratórias do plano material ou terceira dimensão. Nesta o homem se entrega de corpo e alma como se assim fosse um pacto com a mãe natureza. O homem enquanto ser no seu estado de natureza é rude, intrinsecamente ligado aos instintos mais funesto, aos vícios e à falta de razão.
O ser movido pelo instinto prática atos de loucura embriagante como se estivesse numa roda de amigos que exalam a euforia blasfêmica de sua alegria. E nisto o negro senhor do desejo chega com seu apetite concupiscente encoraja-os num elasse de poder escravizá-lo, a “coragem, vamos! Dissimular, enganar, fingir, fechar os olhos aos defeitos dos outros, ao ponto de apreciar e a admirar grandes vícios como grandes virtudes” e assim com isso se entregar a loucura. (Erasmo de Rotterdam, 2001; p. 33)
O mago negro dos desejos, é detentor de um poder tão atraente de loucura que o mesmo se julga ser um dos cônjuges dessa velha senhora de mil maridos a qual é fielmente para com eles dando a eles toda influencia de seu poder sobre aqueles cuja mesma denomina de filhos, mas que na verdade são escravos do prazer, do mesmo prazer em que se comprazem os canibais.
O mago negro é conhecedor da psique humana como se assim fosse o pai das ciências psíquicas. Ele age nas emoções plantando ali, na mente dos seus súditos as suas ordens das quais os mesmos não têm sequer fossas para se contrapor porque o corpo o incita a fazer como um narcótico que não se livra de seu vicio pela droga, pela bebida, cigarro. Contudo, tanto o mago negro como os seus oficiais não se interessam pelas drogas, pois essas apenas são incentivos, um meio, um caminho para que seus pares cheguem a fazerem tudo o quanto eles quiserem que façam.
Aos poucos, se percebe a volatilização dos comportamentos alguns se tornam mais soltos que os outros. A segregação de hábitos é transformada em substancias da personalidade dos mesmos. Um conhecimento surge da futilidade de seus atos e os mesmos passam a ser validados por todos os seus semelhantes como se assim fossem verdades absolutas. Pobre será aquele mortal que não se compraz com suas astucias.
A arma do descolado é a malandragem, dada pelo mago negro e pela deusa loucura. Afinal o mago negro é irmão de Baco, deus dos vinhos, e senhor absoluto do submundo, é natural que o mago entregue aos seus fieis os benefícios doados pelo bom e afortunado senhor das trevas. Baco adora ser reverenciado pelo que chamamos hoje de uma grande e bela farra da qual seus fieis são embebidos pelo seu melhor vinho. Contudo, o senhor do submundo, cuja aparência é indescritível às vezes faz as honras em participar das suas celebrações. Principalmente porque Baco só chega na hora a que seus filhos já estão totalmente entregues aos seus encantos.
Quando totalmente embebidos, Baco os estimula e logo todos estarão participando de sua maior celebração a “concupiscência”, o desejo feroz pela carne, pois é dele que Baco chega a retirar de seus fieis a energia necessária para si e seus oficiais. Não que o senhor do submundo precise, mas o faz porque o instinto, a ganância, a sede pelo poder e o sexo são suas portas de acesso a alma dos indivíduos.